Fernando Gonzalez
Na edição de junho, o Café Filosófico no Trianon relembrou a poesia de Paulo Leminski. Organizado pelo professor Francisco Nunes e pela Agência de Comunicação Integrada Cásper Júnior, o Café convidou nesse mês o poeta e jornalista Heitor Ferraz e o violonista Artur Gobbi.
Musicista da Faculdade de Artes Alcântara Machado, Artur Gobbi abriu o Café interpretando duas músicas para violão solo de Aníbal Augusto dos Santos, o Garoto: Jorge do Fusa e Lamentos do Morro. A seguir, em companhia de Antônio Machado, tocou O Ovo, de Hermeto Pascoal.
Depois da introdução musical, o professor Heitor Ferraz comentou a poesia de Paulo Leminski, a partir de sua história e relação com a poesia. Para Ferraz, que começou a ler Leminski em 1983, o termo Poesia Marginal não passa de um selo e se refere somente aos poetas que publicavam à margem do mercado editorial, já que até hoje não há muito interesse pela publicação de livros de poesia. Lançado pela primeira vez por uma editora em 1970, na coleção Cantadas Literárias, da Editora Brasiliense, Leminski era dotado do mesmo ímpeto do poeta russo Maiakovsky.
Indissociável do contexto de sua época – o clima libertário dos anos 60, a tropicália e a repressão dos anos 70 –, o poeta tinha gosto pela frase direta, rima e bom humor, com um texto quase como o publicitário. Leminski chegou a trabalhar em uma agência de propaganda, que considerava um laboratório de mensagens, referindo-se a si como “um servo mecânico para um senhor mecanismo”. O humor dos poemas de Leminski era costumeiramente amargo, guardando sempre a violência para o último verso, que vinha como um tapa, mostrando um universo pós-utópico. Paulo Leminski morreu em 07 de junho de 1989, vítima de cirrose hepática.
Após a leitura de algumas poesias de Leminski, Artur Gobbi voltou ao palco, acompanhado agora da cantora Natália Serrano, com quem interpretou Canto de Ossana, de Baden Powell e Vinícius de Morais, Berimbau, também de Vinícius, e Samba Triste, de Baden Powell. Acompanhados por Antônio Machado, Artur e Natália encerraram o café de junho com Wave (Vou te contar), de Tom Jobim, e Black Coffee, de Peggy Lee.
O Café Filosófico no Trianon conta com a colaboração do Colégio Dante Alighieri, da Faculdade Cásper Líbero, da Secretaria do Verde, Copy Laser, Editora Paulus e Parque Trianon. A próxima edição do Café será realizada no Parque Trianon no dia 13 de agosto.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Reflexões sobre a obra daquele bandido que sabia Latin
Marcadores:
Antônio Machado,
Artur Gobbi,
Heitor Ferraz,
Natália Serrano,
Paulo Leminski,
poesia
Assinar:
Postar comentários (Atom)





Nenhum comentário:
Postar um comentário